sábado, dezembro 13, 2008

QUEM É REALMENTE ESSA MENINA CHAMADA MENTE?


Todos temos dois lados e duas respostas.
Mas qual deles aceitamos realmente?
(Esyath Barret)
Estive pensando várias vezes sobre a minha mente. Ela é uma protagonista com história própria, independente, mas ao mesmo tempo, só consegue se verbalizar através de uma aliada, a minha boca, quando expresso palavras sussurradas ou em voz alta. É voluntariosa, arrogante, sagaz, filosófica, puritana, liberal e preconceituosa, uma mademoiselle paradoxal. Como alguém pode ficar presa em um tal de meio-termo? Este é o caso de minha mente... uma boa amiga e uma terrível inimiga...Querem ver? Vamos à segunda entrevista...
Srta. se considera capaz de amar?

Resposta: sim, mas não da maneira generosa e utópica que os poetas versam. Busco ver quem amo feliz, mas como o faço a meu modo, estou certa de que sou egoísta, pois por mais que passe por cima de minhas próprias necessidades, não aceito críticas e censuras, agindo do modo que me convier, mas desde que o método adotado jamais fira a minha consciência e meu bem-estar.

Srta. o amor não é um sentimento generoso e oposto ao egoísmo?

Resposta: sim, é generoso, pois luta acima de tudo pela felicidade dos amados, mas não é contrário ao egoísmo, pois é um sentimento que tem uma lógica própria e não se adapta a novas idéias, ou seja, age com arrogância, crendo que sabe o que é conveniente e necessário para si e para o ser amado, e não seria a arrogância uma das muitas variações do egoísmo?

Srta. acha que a generosidade do amor está em abrir mão do ser amado para vê-lo feliz a qualquer custo, caso seja necessário?

Resposta: não, a generosidade reside na luta diária do ser humano se esforçar para encontrar um meio de ser feliz e claro, de fazer o ser amado feliz. Agora, quando o homem abre mão de alguém que ama por estar certo de que esta pessoa será mais feliz ao lado de outra pessoa, sem lutar para que esta seja feliz a seu lado, não está sendo generoso, mas, covarde por se recusar a enfrentar as dificuldades, fraco, por se menosprezar quando crê que é incapaz de fazer aquela pessoa feliz, e, extremamente arrogante, uma vez que se recusa a aceitar novos pensamentos e idéias que sejam distintos daqueles em que crê, logo, não pode ser considerado um mártir, mas um completo tolo egoísta.

Srta. então quem é que pode ser considerado um herói?

Resposta: meu bem, esta resposta é uma das mais simples! Aquele que luta bravamente para convencer o ser amado, de que é o único capaz de fazê-lo feliz, mas que é plenamente capaz de reconhecer que perdeu este duelo, e ainda assim, ser digno o suficiente para aceitar que não foi insuficiente para esta ou aquela pessoa, mas que todo o amor que existe em seu coração ainda não encontrou o amante certo. Aliás, como não há gravado em si como uma tatuagem o amante certo, é preciso se tentar descobrir quem é seu par perfeito de algum jeito, e que modo melhor há de se encontrar esta resposta, senão ir tentando amar os que cruzam nossos caminhos!?

Srta. o amor pode ser considerado um duelo?

Resposta: sim, pois cada um dos lados, tenta mostrar seu jeito de amar, e ambos devem andar unidos, e não em lados opostos, mas até que as pessoas compreendam isso, vão tentando submeter o ser amado a suas vontades e maneirismos. Além disso meu bem, não deixa de ser um duelo também sob outro prisma: o ser humano tenta lutar contra o amor, não aprecia se submeter a ele, pois teme encontrar em si grandiosidade e claro, mudar totalmente seu jeito de pensar, sentir e viver. Mas todos de algum modo, um dia se rendem. Seja amando a família, ou um completo estranho sem vínculos sanguíneos. Aliás considero este o amor mais interessante...

Srta. que tipo de amor é mais interessante?

Resposta: o amor que busca a alma que nos predestinada. Amar a família é muito fácil, pois crescemos com ela, ela nos protege, educa, em geral, mesmo quando discordamos dela, está lutando por nosso bem-estar, então isso é até mesmo comum demais, pois somos programados genética e socialmente para amarmos nossos pais, irmãos e parentes de um modo geral. Agora... amarmos aquelas pessoas que cruzam nossas vidas, mas que não temos a menor idéia de onde vieram, ou para onde realmente vão, apenas porque elas são como são, é... difícil, extremamente humano e nobre.

Srta. já amou alguém de verdade?

Resposta: sim, a minha mãe e os meus irmãos. Mas este é um daqueles amores genéticos, então não conta...

Srta. ninguém mais despertou sua capacidade humana de amar?

Resposta: não, e mesmo sendo prática o suficiente para saber que isto pode nunca vir a acontecer, eu continuo a esperar... e de um modo sutil e pouco prático... a procurar. Acredito que sou capaz de amar, mas sinto que apenas se uma pessoa de um coração realmente forte e instigante, em mim, esta capacidade despertar.

Srta. qual a razão de nunca ter amado, ou de acreditar que o amor existe?

Resposta: meu bem, esta é uma outra longa história...
_____________________________________________________________
Meus amigos, sinto sinceramente ter me afastado da blogosfera, mas é que estou me formando e a minha monografia estava me roubando todo o tempo livre, além de angustiar minha mente, pois eu temia não conseguir terminar, mas para felicidade geral da nação, deu tudo certo, consegui escrever, apresentar oralmente o trabalho, e com um digno 9,5, passar!
No próximo dia 23 colo grau e até lá, apenas me dedicarei ao que der prazer, e claro, aos cansativos preparativos para as festas! Estou respondendo a todos os comentários que aqui deixarem e visitando vocês que tanto admiro, aos poucos! Espero que esta entrevista honesta comigo mesma e postada acima seja uma forma digna de retornar à minha maior paixão: a escrita.
Beijos (Des)conexos!