quinta-feira, abril 10, 2008

ACASO MAL-INTENCIONADO

"Se assumir seus instintos é pecado,
eu exijo ser profana. Pois não há nada
pior que negar a si mesmo."
(Esyath Barret)
"- O que você quer?
- Como assim?
- É que eu vi que você estava sorrindo para mim.
- Não sei do que você está falando.
- É claro que você sabe! Você estava sorrindo para mim!
- Eu não estava!
- Estava!
- Não estava!
- Estava!
- Não estava!
- Não estava!
- Eu estava!!!
- Afinal, estava, ou não estava!?
- Você está me confundindo! Eu não estava!
- Claro que estava! Adorei seu sorriso cínico!
- Meu sorriso não é cínico!
- É sim!
- Não é! Veja! – Então, a bela ruiva de cabelos cacheados sorri abertamente para ele.
- Eu não disse que você estava sorrindo para mim!? – Ele afirma.
- Agora eu estava! Naquela hora eu não estava! Essa conversa intragável, afinal, vai levar a noite toda!? – Indaga Carol, com raiva, já impaciente e ansiosa para ficar só.
- Essa conversa intragável deve terminar no meu apartamento! – Responde Yan, um loiro cheio de álcool na cabeça, e cheio de más-intenções.
- Eu não vou a lugar algum meu chapa! Muito menos com um estranho!
- Se sou seu chapa, não sou estranho, madame!
- Como posso me livrar de você?
- Vamos ao meu apartamento.
- Onde fica seu apartamento?
- No primeiro andar! – Ele responde.
- Mentira! Lá quem mora é o dono desse bar!
- É com ele que você conversa moça!
- Ó Deus! Mentira! Ele é meu amigo! Eu sei que não é você!
- Eu bem que sabia que já tinha visto você em algum lugar... Você é a minha amiga?
- Eu agora posso ser sua amiga, se você me pagar uma bebida!
- Só se for agora... – Então, Yan grita pro barman: - Fred, coloca uma dose de vodka tônica pra moça aqui!
Quando o rapaz coloca a generosa dose na frente do suspeito casal, ela agradece e diz:
- Se você é o novo dono do bar e me paga bebidas, sou sua amiga então!
- Eu não quero uma amiga interesseira!
- Melhor assim! Se eu fosse sua amiga, não poderia subir ao seu apartamento...
- Por quê?
- Por princípios!
- E o que você pretende fazer no meu apartamento? – Ele pergunta quase num sussurro, junto ao ouvido de Carol, enquanto apóia a mão dele na perna dela.
- Isso eu só posso contar... lá!
Vinte minutos depois...
- Era isso que você queria, Carol!?
- Claro!
- Eu te trouxe aqui, simplesmente pra você me mostrar uma tatuagem?
- Não é uma tatuagem! É “a tatuagem”! Pior é você... que me disse que morava no andar acima do bar...
- Mentira! Eu disse que ficava no primeiro andar!
- Mas eu não imaginei que fosse no primeiro andar de ônibus, Yan!!!!
- Bem... digamos... que talvez não tenhamos sido muito honestos, não é!?
- É verdade...
- Vamos recomeçar?
- Abandonemos os jogos de palavras... você me pagou a bebida! Eu aceitei! Agora você vai me dar uma carona até em casa no seu ônibus... e eu... vou te levar a lua...
- Assim!? Como quem não quer nada!?
- Eu quero muita coisa, Yan!
- O que você quer?
- Que você cale a boca!
- Por quê?
- Por que as vezes... em noites quentes de terça-feira... o melhor... é você simplesmente agir, ao invés de falar.
- E amanhã, Carol?
- Amanhã é outro dia, Yan. Amanhã é amanhã! Por quê deixar de ser feliz hoje... e perder tempo pensando no amanhã?
- Mas, Carol...
Yan, naquela noite já não tinha más intenções, mas a ruiva antes toda irritada, se transformou em um poço de pecados, e só pensava que uma vez perdida, ou casualmente, não fazia mal nenhum saciar seus apetites e instintos... afinal... o bom mesmo é sermos felizes ao nosso modo.
"

The End.

O Marcos, lançou um bom desafio a mim, a si mesmo e ao David para escrevermos contos sob o mesmo tema, já que eu sou uma boa aspirante a escritora, e o David precisa testar os limites dele! Com dificuldade consegui escrever! - risos - Cada um escreveu ao seu modo... por isso... vamos lá conferir!?
Obs.: todos os comentários do post anterior foram respondidos, assim comos os deste estão sendo.