terça-feira, maio 01, 2007

ESPERANÇA É ACREDITAR!

"Sinto-me só. Sinto-me de luto.
Mas se tenho fé, não estou realmente só."
(Esyath Barret)
Desta vez é diferente. Sempre tenho tanto a dizer, não é mesmo? Mas é que algo aconteceu. Depois de tantas primaveras, finalmente voltei a entrar em um Santuário. Sabe, acho que me afastei Dele, porque me acomodei. No fundo, não encontro justificativa concreta. Sempre fui uma cristã-católica. Quando pequenina, cheguei até a cantar no Coral. Mas depois de um tempo, as pessoas banalizaram tanto. Uns criticavam, outros mistificavam, e ir a Igreja, apenas por obrigação, como via tantos fazerem, me levaram a crer que eu desrespeitava o Lar Dele. E acabei, para manter minha consciência tranqüila, crendo que apenas repetir rezas e orações me fariam ter fé. Mas repetir palavras, como o texto de um poeta, não me faz crer nele. A fé é preciso ser cultivada. E precisamos desejar que ela brote em nós. É preciso abrir os olhos e enxergar que ainda existe beleza ao nosso redor. É preciso ter crença. Nada vem de graça. Tudo é conquistado. Mas mais que isso... Não se trata apenas de uma fé religiosa. Trata-se da nossa capacidade de acreditar em algo maior. Se a Vida se restringisse a esta média que vivemos, certamente nada teria sentido, valor ou importância. A fé não se explica. Se sente. E acima disso, é preciso acreditar, ter esperança. Muitos me fitaram naquele dia, como se eu tivesse cometido pecados incontáveis, por me verem ajoelhada e aos prantos por tanto tempo. Outros me fitaram com incredulidade, questionando-se acerca de quantos problemas eu teria, para demonstrar tamanho desespero. Não era uma coisa, nem outra. Era apenas constrangimento, por reconhecer que eu havia me afastado um pouco da minha consciência e de tudo aquilo em que acreditava. Mas reconhecer um erro, é sinal de amadurecimento. E aceitá-lo, leva-nos a mudarmos a rota de nossas escolhas.
VISITEI A IGREJA

Entrei.
Caminhei.
Sentei.
Ajoelhei.
Chorei.
E implorei:
“Perdoa-me!”
Pensei até em listar:
pelo amor que não dei,
pelo amor que cobicei,
pela paciência que fingi,
pela inveja que senti.
E chorei.
E chorei.
E chorei.
E o que aprendi?
Que é preciso chorar,
descarregar e aprender
ao menos uma vez a grande lição:
ACREDITAR


Com reconhecimento dos erros. Aprendendo.

Esyath Barret