terça-feira, junho 12, 2007

MEU ANIVERSÁRIO

"Não existem coincidências.
Não existem explicações.
Existem apenas as existências.
Existem no seu devido tempo."
(Esyath Barret)
TEMPO
CRÔNICA DO MEU ANIVERSÁRIO
TEMPO
Dia doze de junho de 2007. Não seria um dia como outro qualquer? Muitos comemoram o dia dos apaixonados, muitos comemoram seus aniversários, muitos celebram apenas a vida. E eu? A que deveria brindar? Hoje é meu aniversário, deveria escrever algo bonito, poético, pessoal, mas acreditem, prefiro mesmo a típica impessoalidade... Narrando meu dia até agora...
00:00hs
Acordei ouvindo gritos, na verdade eram escândalos que a matriarca estava dando na filha caçula.
00:05hs
Reclamo e peço silêncio. A matriarca diz que eu me incomodo com tudo, que não estava perturbando meu sono e se empertigando, cala-se.
06:00hs
Escuto o som de uma porta de chocando, mais adiante um portão de ferro sendo empurrado.
Era a minha irmã caçula que estava saindo apressada e resolveu alegrar meu dia com todos estes barulhos conhecidamente desagradáveis.
06:40hs
Estou pronta para sair. Fecho a porta, guardo a chave no jarro. Ligo para meu irmão, perguntando se ele pretende a voltar para casa, uma vez que na noite anterior ele dormiu fora.
06:50hs
Chego no banco Real para fazer alguns pagamentos, saco dinheiro e me encaminho para a Universidade.
07:30hs
Chego na Universidade, pois terei uma prova final de Direito Comercial.
08:00hs
A professora começa a entregar as provas e o primeiro “parabéns” que ouço é o de minha colega da direita. Mariana. Menina simpática, impessoal, discreta, mas ainda assim, prestativa.
10:15hs
Termino a prova, sou felicitada por outro colega: Renan. Figura sociável, politizado e impessoal. Sempre sorridente.
10:35hs
Chego na Unicred, outro banco. Termino de efetuar mais alguns pagamentos e me encaminho para o prédio ao lado. Preciso falar com uma funcionária da Unimed, sobre as novas guias de atendimento que estão sendo usadas no consultório de maman.
10:45hs
O terceiro parabéns que recebo no dia é dado por Penha. Uma assistente social, muito educada e simpática, que sempre é prestativa. Todos os anos ela lembra-se do meu aniversário. Este ano não foi diferente. Mal entrei em sua sala, ela estava ao telefone no momento, largou o aparelho, me parabenizou e me deu um forte abraço. Esse sim valeu como o primeiro parabéns do dia. Ela me desejou de verdade felicidade, ela se preocupou com a importância da data para mim. Uma boa mulher.
11:20hs
Começa a chover. Eu chego em casa. Meu irmão já entrou, não buzino para não incomodar maman, que vive reclamando do som da buzina do carro. Eu pulo o portão, bato na porta e ela abre, assustada, pensando que era alguém estranho. Pego a chave, abro o portão da garagem, como a chuva está grossa, volto na sala, pego uma sombrinha, me dirijo ao carro e o coloco para dentro.
12:00hs.
Almoço, enquanto ouço maman reclamar da bagunça dos quartos superiores da casa e chamo meu irmão para almoçar. Ele se lembra da data e me dá os parabéns. Depois vai almoçar.
13:00hs
A briga recomeça. Desta vez envolvendo novamente maman e minha irmã caçula. Ambas gritam e se ofendem. Maman diz que não vai mais a audiência do pai dela e pede que eu ligue para a Defensora Pública do caso. Esta, quando atende minha ligação, me dá os parabéns. Eu agradeço e passo o telefone para maman.
13:15hs
Minha irmã caçula que está na cozinha me dá os parabéns. Desse jeito: “Ei, hoje é teu aniversário, né? Parabéns! Eu quase esqueci!”.
Eu digo que dispenso os cumprimentos, pois ela jamais foi sociável e se no ano passado não me felicitou, não há necessidade de falsidades agora.
14:00hs
A briga continua. Eu limpo coisas que foram derrubadas no chão, com a ajuda de meu irmão e ligo para a clínica de maman. A atendente ao telefone, me cumprimenta e me deseja um Feliz Aniversário.
14:30hs
Estou diante do computador, escrevendo uma crônica sobre o meu aniversário e concluindo, sim, hoje é doze de junho, mas apenas um dia como outro qualquer...

Lembro-me de que sábado pedi a maman que não me parabenizasse hoje. Ela me deu lindas roupas de presente, que me alegraram a vaidade como alegriam qualquer mulher em qualquer época do ano. Mas eu não gosto da data do meu aniversário. Simplesmente, porque aniversários são para serem comemorados no dia, juntamente com pessoas que demonstrem ter o espírito da festa. Que demonstrem estarem alegres com a sua existência, que mesmo brigados com você, saibam serem gratos por contarem com sua amizade, com sua existência, com seu afeto... Não se trata apenas de dizer “Parabéns!”... Mas tudo bem... Isso já não tem mais importância... Fiz vinte anos e creio que estou amadurecendo... No fundo o que reconheço é que sempre que faço aniversário só me dá vontade de chorar... Talvez eu chore mesmo, chore a minha solitária verdade dos fatos... Aniversário é para quem pode... Quem convive com pessoas que não se importam com isso, deve aprender a não se importar... Afinal, são apenas dados estatísticos... Mais um dia no calendário... Eu poderia ter nascido hoje, ontem, amanhã... Qualquer dia é dia...

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Tempo
Isso soou tão deprimente para mim, que resolvi ponderar no post as notícias boas do dia! As ruins também... Uma lista do resumo da tarde! É válido dizer que o dia chegou ao fim, e como qualquer terça-feira, mostrou-se ser apenas mais um dia...
1. Passei em primeiro lugar no concurso para estágio remunerado da universidade;
2. Consegui responder a prova de Direito Comercial (os fins justificam os meios! – rs);
3. Li um post muito alegre na página da minha querida amiga ana. (http://www.arosadodeserto.zip.net) em homenagem ao meu aniversário, comprovando que por mais que os dias sejam iguais, as amizades jamais serão.
4. Assisti uma audiência – a da minha irmã caçula – o juiz era escrivão na época do primeiro processo dela, e agora que é juiz, sofre daquele mal “juizite”! Para quem desconhece o termo, é a capacidade de se achar perto de Deus! Grosso feito um cavalo! Não, na verdade estou ofendendo aos meus amigos eqüinos...
5. Fui ao shopping sozinha, curtir o fim do meu aniversário! Maman se ofereceu para me acompanhar, mas não aceitei, pois sei que ela iria de má vontade... Além disso, as vezes precisamos da solidão do silêncio...
6. Comi um BIGMAC no shopping sozinha, sem ninguém pitaculando minha alimentação! ( Isso seria propriamente bom? Não! É uma péssima alimentação! Mas tive privacidade!);
7. Assisti ao filme Premonições com Sandra Bullock, na verdade, bem desconexa a história, todavia, com duas lições de moral: milagres existem – a vida é um deles! – ter fé será sempre outro...
8. Meu aniversário pode ter sido banal e sem finalidade, mas acreditar que a vida que tenho palpitando em meu peito ainda vale a pena, deve ser supremo, do contrário, por quê estaria viva, certo?
TEMPO
Tranqüila e Aprendendo.
TEMPO
Esyath Barret