segunda-feira, março 14, 2011

AS DORES QUE DESTROEM...

"O coração que sangra até a morte,
leva consigo mais do que deveria.
Mas deixa com quem conviveu
a lembrança de um dia ter existido."
(Esyath Barret)

POVO PERDIDO


Sentada em seu lar

a sociedade testemunha o apocalipse.

Resigna-se com a fúria da natureza,

e imersa na conformidade

pranteia as perdas de um povo.

A natureza impôs violência

a inocentes e desprevenidos.

E com dor e impotência

as pobres vítimas enterram seus mortos.

E imploram por uma misericórdia

que mais vem de Deus do que dos homens.

Homens que sentados em seu lar

se entristecem com a dor alheia.

E dão cinco segundos de atenção

a um sofrimento inominável

de pobres desolados,

que dos irmãos recebem apenas esmolas.

Onde está a justiça?

Em segundos de piedade e venda de notícias?

Não! A justiça foi varrida

e levada pela correnteza dos tsunamis.

Ó Japão, pranteia tua dor,

que neste momento lavará tua alma.

Apenas livre da temeridade,

poderás uma vez mais te reerguer

como o herói bravo que hoje és.


Esyath Barret

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Francamente hoje ia postar a continuação do conto ficcional de natal que escrevi, a última parte, mas diante das catástrofes naturais que devastaram o Japão nos últimos dias, decidi rezar pelos inocentes que morreram e pelos que estão padecendo por aquele infortúnio. Em momentos assim devemos deixar de tolice e agradecer o que temos, ao invés de nos irritamos porque não tivemos dinheiro para comprar um celular novo, a roupa da moda, uma câmera digital top, ou porque alguém deixou de fazer o que queríamos... Todas as dores a seu tempo são importantes, mas nada supera a humilhação, a impotência e a dor de perder não apenas tudo o que temos, mas quem amamos... de modo tão brutal.

“Japão meu coração está contigo e espero poder fazer mais do que apenas rezar por ti.”

Beijos (Des)conexos!