quarta-feira, setembro 19, 2007

OPINIÕES... MINHAS OPINIÕES...

“Não posso mais esconder-me em ti
como se aí estivessem minhas respostas.
Mas posso sorrir com os abraços,
pois serão eternos,
estando sempre nas lembranças.”
(Esyath Barret)

O que é realmente frustrante? As pessoas olharem você, e julgarem uma ofensa você estar sozinho, ou o fato de você realmente sentir-se só? Existe algum desequilíbrio em estar acompanhado apenas de si mesmo? É naturalmente típico do ser humano necessitar socializar-se, interagir, e você pode descobrir uma amizade verdadeira em uma ida aos correios, ou uma paixão avassaladora em uma visita ao cinema, mas até lá, por quê não contentar-se em ouvir a mais franca e prazerosa das pessoas: a si mesmo? É silencioso e inquietante, mas é seguro e apaziguado. Nada de pressões, ou recriminações.
Estão sempre andando aos pares por aí, é verdade. Um par de namorados, um par de amigos, um par de amantes e até um par de adversários, mas o melhor chocolate quente é aquele que se bebe com vontade, sem receios de estar sendo observado e mal interpretado por um estranho, acima de tudo, porque o melhor dos observadores e julgadores somos nós mesmos.
Entrei em uma relação recentemente, por quê senti uma vontade imensa de amar, ou apenas a necessidade típica de todo ser que vive em sociedade de me ver inclusa? Estamos fadados ao ostracismo social se estamos sozinhos? Por quê agarrar-se a alguém como a uma taboa de salvação?
É sempre assim... Primeiro a mãe, depois o irmão, logo em seguida um amigo, então vem o namorado... Por quê depender de alguém se pode resolver tudo sozinho? Por quê obrigar alguém a ser responsável pelo vazio do seu coração, e pela necessidade de fugir do medo da solidão, se essa responsabilidade é apenas sua? O que o ser humano realmente teme? A rejeição ou a solidão?
Em ambas as hipóteses, não sente segurança em si mesmo para seguir adiante com suas escolhas, provavelmente por temer censuras alheias, mas não importa o que os demais pensam, porque eles têm suas próprias escolhas e nossas vidas dependem apenas de nós mesmos, logo, não há juiz mais eficiente e muitas vezes cruel, do que nossa própria consciência.

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Este texto foi escrito no domingo, quando eu me senti rejeitada e ignorada, quando fui ao cinema sozinha. – rs – Então, a segunda-feira surgiu e minha vida foi novamente redefinida: o fim de uma relação. Não foi o término de uma ligação, pois esta será eterna, já que fizemos parte um da vida do outro. E também eu aprendi muito durante estas poucas semanas de paixão e sorrisos, semanas em que suspirei, acalentei esperanças e sentimentos, mas tudo um dia chega ao fim. Eu que sempre fui uma pessoa pragmática, objetiva, e pela primeira vez na vida, derramei lágrimas por uma pessoa que não estava unida a mim por laços de sangue, mas que despertou em mim, a capacidade de me envolver com o próximo, me provou que meu coração não é tão impenetrável quanto eu supus. Não posso dizer que foi um Grande Amor, porque não houve tempo suficiente para isso, mas poderia ter sido. O fato é que eu estava apaixonada. Na verdade ainda estou. E é a primeira vez que passo por isso, mas sinto saudades de beijos e abraços, da certeza de que éramos mais que amigos, da certeza de que o veria sempre. O sinto em cada música que ouço tocar, dessas que eu descobri gostar porque ele me ensinou. Mas não guardo mágoas. Não me sinto enganada ou ludibriada. Minha admiração por ele continua a existir, bem como, minha vontade de que ele encontre paz e alegrias. Não será ao meu lado, porque não me quis mais em sua vida como mulher. Somos amigos ainda, e talvez eu tenha me deixado ficar apaixonada, porque o admiro e respeito muito. Imagino que este sentimento levará um tempo para desaparecer e tornar a ser apenas amizade, como foi antes. Mas não me arrependo de nada. Aprendi tantas coisas novas... Aprendi que existem pessoas que podem se envolverem conosco, sem serem traidoras ou canalhas, aprendi que podemos aprender a amar uma pessoa com o tempo e com a convivência. Aprendi que realmente sou rockeira e por isso, não gosto muito de forró. E estou aprendendo, que o que leva tempo para ser construído, deve levar o mesmo tempo para se tornar apenas uma boa lembrança. Afinal, como diria o poeta, amores chegam e partem de nossas vidas com a mesma freqüência com que os ventos leste e oeste tomam rumos distintos, mas deixam suas marcas para sempre, porque fazem de nós hoje, quem seremos amanhã. Eu não posso dizer que sou a mesma pessoa de há cerca de sete semanas, e isso funcionou como um período de intervalo, para que eu conhecesse mais ao meu próprio ser, para que eu me apaixonasse, para que eu aprendesse a ver a vida com novos olhos... E agora estou realmente vendo tudo diferente. Perdi um pouco do meu cinismo. Não perdi meu excesso de humor irônico e de sarcasmo, mas estou mais romântica, mais realista, mesmo que esteja triste por saber que esta fase chegou ao fim. Não acho que um amor se cure com outro, porque cada amor é diferente. Acho apenas, que cada romance deve ser vivido por completo, para que quando necessitemos nos separarmos, saibamos que demos nosso melhor e que estamos realmente livres para o passo seguinte. Eu ainda não estou liberta por completo, porque embora a minha mente esteja livre, meu coração ainda está aprisionado. Mas é apenas uma questão de tempo... Talvez seja mais difícil porque foi a primeira vez... Mas acredito que aconteceu no tempo certo! Não fiquei com traumas, embora, tristezas e dificuldades sempre existam. Nada é por acaso, e agora, me sinto mais leve, capaz de sorrir por ter enxergado outro tipo de beleza na vida, com a qual eu suspirava, mas que ignorava. Uma paixão curta, que me dá a sensação de que não será reavivada por ser uma escolha que não cabe a mim, embora tenha sido uma decisão de comum acordo, porque eu não queria tornar um sentimento tão bonito, em algo desgastante e estafante, mas que me tornou uma pessoa melhor.

sexta-feira, setembro 07, 2007

COMPREENSÃO...

"Quando não compreendo teus gestos,
e não recebo palavras claras,
um beijo de compreensão,
pode trazer toda a segurança de que preciso".
(Esyath Barret)

Primeiramente quero me desculpar por meu lastimável recente afastamento desta página, mas é que tem sido difícil conciliar a minha atividade amada de escritora-amadora-blogueira, com a de acadêmica-de-direito-estagiária-filha-em-tempo-integral-e-faz-tudo... – risos – mas todos os meus colegas blogueiros, bem como esta página, estão sempre na minha mente, e pretendo não abandonar novamente minha maior paixão: escrever.
Avisos:
1. ALF, eu vi a indicação na sua página, portanto, agradeço e prometo que meu próximo post será sobre o tema, pois ele simplesmente expressa bastante quem eu sou, acredito, que quando escrevo me torno mais completa e humana.
2. VINY, eu finalmente posso matar um pouco da saudade que me palpita a alma com o seu regresso a blogosfera. Adorei a homenagem que me dedicou no seu post e agradeço por ele desde já. Não considero aquelas as minhas melhores frases, mas esse julgamento cabe apenas a você! – risos.
3. AMANDA
, eu prometo que no post dedicado a indicação do ALF, eu responderei também a sua indicação. Obrigada, viu? Adorei suas respostas naquele post.
4. Todos os meus amigos blogueiros, leitores assíduos, agradeço o apoio, as visitas, a compreensão e a paciência em me lerem! – risos – Espero sempre acrescentar de algum modo a vida de vocês, com meus escritos. E assim que eu responder aos comentários do post abaixo que muito me interessaram, aviso!

Hoje publico a terceira parte da história de Lumã, a sua própria visão dos fatos. Nesta fase, ele já está instalado no apartamento de sua tia, e aqui, começa a narrar o que vem vivendo e sentindo... Para quem não se recorda, a primeiro parte da história foi publicada em maio de 2007 e encontra-se nos arquivos na borda direita deste blog, inclusive é o primeiro post que aparece na página de maio. A segunda parte, está no post abaixo deste...
Uma história (des)conexa sobre como o amor pode transformar um ser humano, as vezes melhorando quem somos, outras vezes piorando, mas acima de tudo, nos tornando mais maduros e humanos...
O AMOR E O CETICISMO.
Por Esyath Barret
Minas Gerais, Belo Horizonte, 01 de junho de 1999

“Dizem que eu sou uma verdadeira exceção, seja lá o que isso signifique, o que eu sou na verdade é um órfão. Isso a minha tia me explicou exatamente o que significa: um desamparado que perdeu os pais. Ela também me chamou de indigente, mas isso eu sei muito bem que não sou, pois estou cheio de vida, tenho parentes vivos, ou pelo menos uma parenta, a minha tia, então, sou uma pessoa rica, acho que por isso, vou mostrar o dicionário a titia, para mostrar a ela que está enganada!
Ela é muito diferente dos meus pais, diz que eu sou um presente de grego, embora eu não compreenda essa expressão, e que meu pai cinicamente me deixou aos seus cuidados, para ironizar mesmo depois de morto, com ela. A minha tia não sorri, está sempre reclamando, principalmente depois que Dona Antonieta disse que eu era sua responsabilidade e não dela, pois ela era paga apenas para cuidar da casa e não de uma criança.
Mas apesar da minha tia ser uma reclamona, eu a acho linda! Até mesmo, mais do que mamãe. Quando estamos de mãos dadas, eu me sinto tranqüilo, a mesma sensação de calma que eu sentia quando mamãe cantava canções para que eu dormisse. Mas eu só posso segurar a mão dela, quando ela está dormindo e não vê, porque do contrário ela diz que eu sou muito pegajoso.
Isso eu também sei o que é, porque um dia eu deixei pegar um chiclete no cabelo de papai, e ele depois de correr atrás de mim por quase uma hora ameaçando cortar minha mão, por minha safadeza, disse a mamãe que a única solução seria cortar o cabelo dele, porque o chiclete era muito grudento e pegajoso.
O único problema da minha tia é que ela nunca sabe o que me dar de comer, tem mania de querer me obrigar a comer macarrão instantâneo com guaraná antártica, mas ela sabe jogar videogame muito bem! Eu pedi a ela que jogasse comigo e ela concordou, desde que eu parasse de cantar “Ilarilariê” toda vez que acordo!
Ela me disse que para convivermos bem temos que negociar, ou seja, eu faço o que ela me pede e ela me dá algo em troca! Dona Antonieta diz que isso é errado, que ela não está me educando e sim me subornando, mas ela não se importa, porque diz que não é minha mãe, então isso não se torna um problema!
Desde que eu vim morar aqui já aprendi muitas palavras novas, porque a minha Tia Marcela é uma mulher muito culta, embora Dona Tieta diga que ela é apenas uma mocinha esnobe! Eu a chamo assim, porque é mais fácil de lembrar, já que eu venho aprendendo tantas coisas, não quero esquecer o nome dela... Seria deseducado, como dizia mamãe. Agora, o que será que significa esnobe? Eu ainda preciso ver no dicionário!
O problema é que eu não tenho tido muito tempo de usá-lo, porque estou sempre correndo atrás de Mike Tysson, meu ratinho que eu trouxe escondido da fazenda. Titia não pode saber, porque ela tem pavor a ratos, e se ela ficar nervosa, eu não terei mais quem jogue comigo futebol no meu Supernitendo. O pior é que ele fica nervoso, porque nós estamos morando em um apartamento, e aqui é muito pequeno, o pior é que titia sempre fala que eu tomo muito espaço! Mas não tem como eu tomar o que não tem aqui!
Por isso, eu sinto muita falta da minha casa! E mais ainda dos meus pais! Mas eu não posso chorar, porque papai e mamãe ficariam muito tristes! Pelo menos era o que mamãe costumava me dizer, ou seja, que quando alguém viaja para o Paraíso, não tem paz se as pessoas que ela deixa para trás ficam chorando por ela partir, e além disso, eu quero que meus pais cheguem em paz na morada de Deus!
Mas as vezes isso é muito difícil! E isso acontece principalmente a noite, então nestes momentos eu fico feliz por poder segurar a mão de Tia Marcela! Sei que em breve terei que ir para o internato, mas pelo menos titia diz que lá eu terei mais espaço que aqui... E talvez eu deixe Mike Tysson com ela para que não se sinta sempre tão só...”
Continua...