sexta-feira, julho 16, 2010

A HISTÓRIA DE UMA BLOGUEIRA-LEITORA...

"O verdadeiro encanto da leitura,
reside na capacidade que as letras têm
de nos tocar a alma.
Seja em um gibi, seja um romance,
sejam em rascunhos de hai-kai."
(Esyath Barret)

Era uma vez, uma jovem blogueira que havia feito 23 anos de idade no mês de junho e que foi intimada pelo grupo Blog´s de Quinta do qual passou a fazer parte, para escrever sobre alguns livros que mudaram de algum modo sua vida.
Ela pensou, pensou, pensou e juro que pensou ainda mais e pensou tanto que perdeu até o prazo do dia marcado para escrever sobre estes tais livros, mas por fim, a quinteira resolveu ser objetiva e escrever sobre as coisas que vinham logo a sua mente, então vamos ler as palavras desta jovem...

Na Margem do Rio Piedra Eu Sentei e Chorei publicado pela primeira vez em 1994 é o primeiro livro que me recordo de ter lido com gosto e facilidade. Sim, seu autor é Paulo Coelho. As pessoas criticam o velho Coelho por seus textos repetitivos e simples, mas na época, como uma jovem leitora, que tinha a maior preguiça de ler e de exercitar a mente, ter me encontrado com esta obra foi o encontro ideal no momento certo. Porque ele produz um texto de fácil leitura, que te dá a impressão de que você mais do que o lê, conversa com ele, e isso sim é um bom começo para a entrada no rumo da literatura, porque não adianta de nada lermos algo que não nos interessa, compreendemos e que por mais profundo que seja não faz parte do nosso universo. Esse livro, assim como todos os que já li do Mago, ensina que tudo o que você busca durante toda a sua trajetória, no fundo você já sabia, deve ser por isso que uma vez vi em algum lugar que “se nascem as perguntas é porque existem as respostas” e se “desenvolvemos as perguntas” é porque “desenvolvemos as respostas”, mesmo quando preferimos ignorar isso. O único problema desse autor, é que com o passar do tempo, essa fórmula se torna repetitiva e entediante, pois você já sabe o que esperar no fim da trama. Mas como começo, sempre vale a pena.”

As Mentiras que os Homens Contam publicado em 2000 de Luís Fernando Veríssimo é sempre o segundo que me vem a cabeça quando penso em livros. É uma coleção de pequenos contos, onde ele narra de uma maneira divertida, crível e simples as mentiras e dissimulações que costumam acometer os homens (e algumas vezes as mulheres). Alguns dos textos são tão absurdos que alguns pensariam existir apenas no mundo as idéias, mas o que li ali, foi uma parte da vida real humana, tratada algumas vezes com um certo ar irônico e em outros tantos com seriedade, mesmo se tratando praticamente de uma piada, mas juro que em certos momentos você realmente se vê nas histórias e assim vê dentro de um certo limite até onde nós, seres humanos somos capazes de chegar, principalmente quando menos esperamos. E aí eu pensei “Nossa, se eu me visse assim, jamais teria feito isso ou aquilo!””.

A Vida Secreta dos Grandes Autores publicado se não me engano em 2008, por Robert Schnakenberg e ilustrado por Allan Sieber não é o tipo de livro que faz você rever sua vida e seus valores pessoais, mas vale a pena como um modo de conhecer certas curiosidades acerca das grandes celebridades clássicas do mundo da literatura, principalmente porque assim os tiramos de pedestais e nos conscientizamos que eles foram seres humanos como nós, meros mortais, cheios de defeitos, manias, psicoses, obsessões, paranóias, erros e alguns acertos no caminho. E nada disso lhes roubou o mérito de sua inteligência, criatividade e o valor de suas obras.”

Princesa - A Real História da Vida das Mulheres Árabes por trás de Seus Negros Véus escrito por Jean P. Sasson, li há alguns anos, mas é um livro que realmente expande nossos horizontes e conceitos limitados. Estamos tão presos em nossa rotina diária e em nossas picuinhas com amigos e familiares, que às vezes esquecemos que há um mundo lá fora intrigante, cheio de severidade, maldade, beleza, mistérios e problemas que aparentemente não existem por estarem escondidos, mas que muitas vezes são cheios de dor. Esse livro, assim como seus dois subseqüentes foi escrito a partir de diários da Princesa Sultana dados a autora. Lógico que seu nome e o dos personagens não são os reais, mas a história é verdadeira até onde se sabe e mostra como muitas vezes todo o dinheiro do mundo não te traz felicidade, porque quando você não possui liberdade e nem o respeito que merece como ser humano, nada no mundo pode te tornar um ser humano realizado, mesmo que você consiga encontrar o amor, por exemplo. Desde esta época, preciso confessar que a Arábia Saudita despertou em mim um fascínio temeroso que talvez nunca pereça. E eu percebi que o mundo é muito maior do que minha pequeneza.”

Crepúsculo publicado originalmente em 2005, escrito por Stephenie Meyer. Conta a história de Bella Swan, que é apresentada ao leitor como uma adolescente que se muda da casa da mãe na ensolarada Phoenix, Arizona, para Forks, Washington, onde seu pai mora. A princípio ela nem queria morar lá, mas fazia isso para que sua mãe pudesse ter um casamento mais feliz com seu padrasto (não que ele não gostasse dela), e lá, apaixonou-se por um vampiro centenário de dezessete anos chamado Edward Cullen, o que acabou colocando sua vida e a de sua família em perigo. Esse livro embasa uma quadrilogia da saga Twilight, e o li muito antes que se tornasse uma febre teen aqui no Brasil, antes mesmo que começassem a produzir filmes a respeito. O diferencial desta obra a meu ver? Me fez rever algumas de minhas opiniões e me levou a concluir que toda história não tem que necessariamente ser má, dolorosa e cruel, depende apenas de como é contada. Sempre tive um certo receio com figuras da noite, porquem geralmente eram tratadas como vis, sangrentas, pérfidas e sem coração, mas esta autora demonstra que é possível sim que conheçamos novamente uma história, revendo nossos conceitos acerca dela, mas termos acesso a ela sob um novo ponto-de-vista. Mais que isso, contando esta história de amor impossível, ela consegue consolidar a velha máxima de que “Ninguém controla o coração.” e muitas vezes podemos amar, mesmo sabendo o quanto esse sentimento e a relação que surgirá a partir disso poderá nos ser prejudicial. E mais que tudo, mesmo com tudo naturalmente surgindo contra, mesmo estando cercados de dor, ignorância e medo, esse sentimento pode fazer sim valer a pena encarar o duelo, porque muitas vezes é apenas o que dá sentido as nossas vidas. Pode ser utópico, mas ao meu ver, trouxe a nossa geração um valor perdido ao longo das décadas, de que o amor pode sim ser possível, ilógico, doloroso, mas feliz. Então falem os críticos o que quiserem, é um ótimo livro, não apenas por resgatar valores e nos contar a história de uma lenda sob uma nova ótica, mas por incitar a leitura com seu texto direto, fácil e com um certo ar de inocência juvenil.”

O Elogio da Loucura, publicado pela primeira vez em 1511, escrito por Erasmo de Roterdã. É um clássico da civilização ocidental e sobreviveu aos séculos por sua riqueza e sagacidade. É um ensaio, onde a protagonista Loucura, se compara da uma Deusa, filha de Plutão e Frescura, educada por Inebriação e Ignorância, ela começa a narrativa com muita ironia, explicando que permeia toda a vida humana, que domina e muitas vezes até é a razão de nossa existência, e ao longo do texto, você a conhece e percebe que de um certo modo ela realmente está atrelada a nossa existência desde nosso nascimento até a nossa morte. É um livro de fácil compreensão, mas que desperta o raciocínio, nos fazendo refletir melhor sobre nossa natureza. Infelizmente não foi bem compreendido por todos e alguns de seus leitores mais famosos, como O Papa Leão X, o considerou apenas divertido, para desgosto de seu mérito. Esse livro vale a pena ser lido, e prova que os clássicos podem sim ser contagiantes, reflexivos, populares e interessantes, sem caírem na boçalidade ou na incompreensão.”

E assim, a blogueira da história, conhecida por aqui como Esyath Barret, expôs algumas de suas opiniões sobre os livros que leu e gostou, mesmo que nem todos concordem com ela... E até mesmo sugere que dêem uma oportunidade a estas leituras, porque elas podem sim, de algum modo, em algum momento, alterar a percepção de vocês, como alterou a dela, expandindo um pouco opiniões e valores...

Beijos (Des)conexos!
Esyath Barret

P.S.: Muito obrigada pelas visitas, pelos comentários e aqui estão os links dos quinteiros. Ainda não aprendi a linkar direito na lateral do blog, mas verei como faço isso.